Coluna Jk – Santo Antônio na Copa – Odir Ramos (interino)
Há 60 anos, em 29 de junho de 1958, o padre e os fiéis da Capela de Santo Antonio – Curva do Matoso, Campo Grande, (RJ) – haviam decidido adiar para essa data a tradicional procissão de Santo Antonio, da paróquia local, até então sempre programada para o 13 de junho. Neste dia, haveria jogo da Copa do Mundo, na Suécia, conviria portanto adiar-se a homenagem ao santo casamenteiro para o dia 29, consagrado a São Pedro.
Marcou-se a procissão ao santo casamenteiro para às 11 h da manhã. Á noite, igual a todos os anos, na área em torno da igrejinha, haveria quermesse, leilões, paqueras e queimas de fogos.
Faixas nas ruas e folhetos anunciavam a nova data da homenagem ao santo. Não se cogitava a hipótese de a seleção brasileira ir à final.
Mas, foi. Contra a própria Suécia.
Devido ao fuso horário, às onze da manhã, justamente o mesmo da procissão.
Os fiéis mais empedernidos e o padre mantiveram a procissão.
A Rua Luís Barata, como todas as demais por onde a procissão passaria, estava devidamente forrada de folhas de mangueiras e goiabeiras, numa verdejante passarela linda de se ver.
Os moradores mais aquinhoados colocaram seus possantes rádios do lado de fora das casas, para que todos pudessem ouvir a transmissão dos jogos nas ondas médias e curtas, entremeadas de enervante chiadeira.
A procissão cumpria o seu percurso quando, ao despontar na nua Luíz Barata, a partida já chegava ao seu final. Justamente na esquina da Luís Barata com a Pontes Leme o jogo terminou… e a procissão virou um animado bloco carnavalesco, comandado pelo padre. .
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